terça-feira, 2 de setembro de 2008

ESPELHOS

Que há no meu coração?
Jatos de horrores cíclicos;
oficina de almas enferrujadas?
Granizo,asmas e micoses;
avenidas de cirroses nuas
e cáusticas?

Dor corrosiva e culeiforme?
Luz mórbida e tormentas?
Semáfaros de lamas e silêncio
dose de acústica escuridão?

Não morra,ainda, poeta!No teu poema,há:
um abraço azul ;
risos de pipocas e lua doce;
taças de sorvete à milanesa;
crepúsculo por entre travesseiros
e anestésico de melão com framboesa
que dissolvem solidão e espantam sombras!

FORNALHA


Entre olhos fustigantes,trafegas,
parece uma garça de veludo e silêncio;
tens olhos de vagalumes
um riso de lavas hercúleas
e um jeito levemente aceso
de domar o mundo com frescor ,ternura
e abraços de hortelã;

Entre metáforas e verbos ardentes
fico imaginando teu corpo
numa taça de vinho e arrebol,
desejando tomá-la
num gole ecumênico!

Quando passas saborosa
e saliente
exalas um cheiro de lençóis
fadigados:
fazendo cócegas líricas
com essas coxas de espelhos
nos lábios ofegantes do meu poema.