segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ainda

Publico-me numa noite
obscura
meu desejo de morar
nas sombras
farto de estribilho fatídico
farto de ser maltrapilho
pilho meus nervos
no ostracismo das paragens

farto de versos pedras
fértil de desconsolos oblíquos
traço lépidos labirintos entre
estorvos e miragens

ainda pouco ruminei
destroços
ainda pouco cortei
lábios
ainda pouco esqueci
medos
grávido de ceticismo
acendo cigarro final

parcos são meus sonhos
entre pesadelos
perco meus sonhos
entre lamacentos ceutauros
desisto de mim e me desencontro.