quinta-feira, 20 de março de 2008

Quatro Cantigas Para Ninar Marabá



Poema número I

Marabá não é gente,bicho
do mato nem Deusa Grega,
é índia afoita abraçando
os pêlos felpudos
do Itacaiunas
beijos de veludo
do Tocantins,

pulando cordas,fazendo versos,
contando estórias
de matas ceifadas pela
fome vampiresca do homem.


Poema número II

Marabá não é uma cidade
,
muito menos um lugar.É vôo
de pàssaros,tapete de Alecrim;
mágica
palavra ressucitando lendas,
e fadas adormecidas
nas coxas do rio doce ou
nos cabelos longos e esverdeados
da Amazônia.

Poema número III

Já tomou banho de mar?
e cachoeira?,
água mineral?
Não sabes ainda o que
é banhar!
Nada se compara a chuva
suada,lírica e fervilhante
um paiol de suspiros
bailando no ar,
que embriaga nativos
e amolece visitantes:
sonho de açaí,
um sono de guaraná.


Poema número IV

Canção derretida no sol:
luas risonhas e flutuantes
velejam barcarolas de desejos
quentes,
com cama de luz,brisa e minérios,
um aconchego de ventos
consolando a solidão dos
peixes e a fadiga dos amantes.

Um cochilo razante nos seios
de Maraluar,um beijo cortante
nos lábios de Maraluar,
(não passe uma tarde
em Itapoã,passe uma vida em Marabá)