domingo, 31 de agosto de 2008

CONFISSÕES

(Tela:Salvador Dali)

Vim confessar minha amargura:
queria fazer uns versos
que epinassem pipas
contassem estrelas;


desfolhassem desesperos;
fossem overdose de plumas
e ternura
aplacassem iras
ressucitassem
tuas manhãs;

Meu poema,amigo,
é rijo
maledicente
não canta como sabiás
opaca luminosidade,

é aguado e mordaz
não tem lírios nem
galos
anunciando alvorecer.

Perdoa-me por esse poema
raquítico,assombrado,acuado,
e sem vitrines,
embriagado de solidão
e dor
que tece o medo,borda agonia
e me consome de silêncio,frio
e desolação .