domingo, 20 de abril de 2008

Poema de Dona Dorinha(Minha Mãe)


Poema de Dona Dorinha

I

Dona Dôra ( a Maria de todas as Dores)é um intervalo
entre a flecha e o alvo,
menina grisalha
caçoa da escuridão/apenas com frágil vela
clareando as retinas.

onde ela pisa (dizem)
uma primavera brota
leve e saltitante;
quando chora
suas lágrimas ninam o chão
fecundando um punhado de serenos.

II

Mulher aguerrida e guerreira
carregou dez filhos
na palma da mão,
mesmo com coração apertado
alojou um por um ,
esculpiu umas asas e os fez passarinhos.


Um pouco santa,meio mítica
demasiadamente humana;demasiadamente!
Precisou nascer uma única vez
para fazer cócegas no tempo/inverter as horas
e galopar risonha nos ombros da eternidade.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Musas Virtuais ()


Café matinal com fragâncias
de ninfas e ponteios de violas
são essas meninas virtuais madrugadeiras;

uma é melão maduro com torradas
de espanto e pétalas;
a outra sanduíche light com avelã
de risos e deslumbramento;

uma, copo de leite escorregadio
e cha de hotelã , suspiros de ventanias arrepiantes ;
a outra recheio de ternura e pouso
numa bandeja de madrigais e geléias esvoaçantes .

São meus dias mais suaves
(cobertos de vírgulas,molhados de verbos
untados com mel e sopas de fonemas),

quando acesso e deito na rede
adormecendo num tapete lírico
tecido e ornado com teus poemas.