sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Poema do Rei Luar




O velho Lua abóia:
cangaceiros,assum preto,
vêm-vêm,moças de xitas,
risos de sabiás zombando
do acauã, do vôo do carcará
e suas dores ressequidas.

Faz a transposição
nas redes: vende súplicas,algas
e preces
na feira do Pajeú.

Vida sanfonada e agreste
altaneira e zabumbeira
milho reluzindo nas brasas,
moças costurando fogueiras.

E revestida de reboco
na sala,
Karolina abre as pernas
e deixa entrar Vitalino
com carrancas,perfumes
e barro.
gibão,arreios e espasmos
esculpino um girassol
no peito de Virgulino.

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